Olho para trás, as peças que arrumei
e ninguém reclamou,
ninguém com pé que ali entrasse,
sequer à meia-noite.
Em clara limpidez
esqueço o meu trabalho duro,
os olhos molhados, persistentes,
e vejo deslumbrado o que estas mãos modelam,
ajeitam, roçam e martelam:
o que é decerto meu
por estar à minha frente.
Pedro Tamen
com a devida vénia, de O LIVRO DO SAPATEIRO, Publicações Dom Quixote, Março de 2010
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