04/06/2011

A ALMA

Vejo-a atravessar para o escuro
em ruas secundárias que só aparecem
de noite. A alma esteve nas pontes,
nos barcos, conheceu todos os quartos
e todas as condições. Sigo-a, sei que posso
perder tudo - consequências imprevistas
da imaginação. De acordo, por hoje seremos
aliados e irmãos. A vida, à falta de melhor termo,
há-de colher-nos mais docemente
- amanhã e sempre.

Rui Pires Cabral

com a devida vénia, de SEIS POEMAS, in Apeadeiro, Revista de Atitudes Culturais, N.º 2, Primavera 2002, Quasi Edições

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