15/04/2011

Na noite

ando e procuro
busco e farejo
tacteio no escuro

o lume do teu dorso
faz-me bem ao desejo



minha mão pelo breu
abre um rasto na noite
uma colcha no céu
o teu corpo no meio

raspo o fósforo no ventre
puxo a colcha pra trás
e meu corpo incendeio

João Habitualmente

com a devida vénia, de DE MINHA MÁQUINA COM TEU CORPO, Cadernos de Campo Alegre, Fundação Ciência e Desenvolvimento, Novembro de 2010

Sem comentários:

Enviar um comentário